sábado, 11 de abril de 2009

Música

Rapidamente, pensem em dez músicos atuais que em suas letras haja um conteúdo plausível. Difícil? Eu o achei quando me propus esse exercício. A música, como as demais artes, caminha cada vez mais para o fundo do poço comercial. Inclusive possa-se dizer que a música e o cinema estejam mais envolvidos com o mercado que as outras artes.
Não é necessário dizer que existem excelentes músicos, excelentes livros, excelentes filmes, porém a massificação dessas áreas da arte tornou-as indústrias a tal ponto cujos deslocados são os que pensam na música como arte e não como um mero cifrão. O mercado determina por completo o aspecto que vai ter o som produzido, o poder, que tem seu estandarte na mídia, decide o que o mercado vai ouvir, por conseguinte o poder determina o que será produzido. Refiro-me ao poder hegemônico.
Assim, observamos as porcarias que são ouvidas e o desprezo por qualquer tipo de música que tenha um conteúdo de letra ou som que não seja aquela coisa grudenta feita para vender, que é tão simples e sem criatividade que chega passar a idéia que um primata é capaz de executá-la.
Digo isso, pois fico triste com a face das pessoas quando há uma reunião e coloca-se um cd com músicas interessantes e as pessoas querem ouvir o que ouvem na rádio, no ônibus, no supermercado, nas ruas, nos carros que retumbam com seus graves as músicas pelas ruas acompanhados do rosto do motorista, geralmente homem e jovem, que tem um sorriso estampado e uma expressão de que é superior ao resto do mundo. Maldito senso comum.
Creio que isso tende a piorar, pois com a expansão da universidade já temos um gênero musical chamado sertanejo universitário. Se esse sertanejo, que é exatamente igual ao outro entrou na universidade, quando as pessoas dela saírem e começarem a formar pessoas usando exemplos de letras sertanejas (não me refiro àquele sertanejo de raíz, se assim pode-se dizer) estaremos acabados.

4 comentários:

fernando disse...

Rodrigo
Concordo com a tua opinião, quando dizes que "mercado determina por completo o aspecto que vai ter o som produzido", todavia esse mercado não está pensando na arte;ela não existe para produzir arte, e sim "divertimento" ao máximo de pessoas que queiram pagar para tê-lo.
A música, com letra, melodia, harmonia e arranjos diferenciados, é criada por artistas, que, de fato, vão perdendo espaço nos meios que citaste no teu texto. Todavia, entendo que a arte em todos os tempos foi apreciada não pela massa e, sim por uma minoria, a qual tinha acesso.
Hoje, realmente, escutamos o que não queremos, mas temos a internet, um instrumento que nos dá a oportunidade de descobrirmos quem usa a música para expressar-se artisticamente. Portanto, vamos aproveitar a internet para pesquisarmos sobre música, sobre arte e desfrutarmos desse acesso.
Em relação à industria da música, indico a música "Cadê teu suin?" composta pela banda Los Hermanos, pois é uma resposta de quem preocupa-se com a arte e, de que o pulso, das composições musicais artísticas, ainda pulsa (como diria o antigo Titãs).

fernando disse...

Erratas (hehehe):
ela(e) não existe para produzir arte (l.3)

Todavia(contudo), entendo...(l.6)

Rodrigo Bentancurt disse...

Não digo que não exista mais boa música, porém creio que até em um centro elitizado, como outrora o fora, que é a universidade o que se está a ouvir é música de expresso consumo. Desde de muitos anos a arte é bancada pelo dinheiro. Pense-se nos mecenas. Porém, o dinheiro está pré-fabricando, moldando a arte.

fernando disse...

Quase concordamos. Só acho que vale de quem busca, saber dicernir o que pode ser encarado como arte e, o que é apenas "diversão" (porcaria, geralmente) criada pelo mercado fonográfico.

Salve a boa Música!!