terça-feira, 21 de abril de 2009

Outono

O outono é deprimente. Gosto do frio, mas o outono é triste. O outono está para a natureza como a morte está para vida. O céu nublado, o dia a começar com frio, esquentar um pouco e depois esfriar novamente. As folhas, que deveriam estar nas árvores, estão no chão.
Há quem goste, mas eu detesto. As paisagens de outono são inegavelmente bonitas, mas apenas em fotos ou quando estamos em um lugar que não é onde vivemos. Pois, em nosso lugar, a metamorfose tenebrosa provoca arrepios. A paisagem deprime-se, depime-nos. Perco a vontade de fazer o que devo, torno-me apático. Fico com os nervos alterados e tudo me emociona. Não imagino quantos compartilham essa idéia comigo, mas os que responderem sim, entendem-me perfeitamente, os que não, acharão que isto é uma crise outonal.
Não sei se ambos acontecem de forma tautócrona, mas o outono arrebata-me. Tenho dificuldades para ler, escrever, ouvir música, relacionar-me com as pessoas. Fico feliz que ele acaba e vem o inverno com o frio que nos desperta para fazermos determinadas coisas que são típicas da estação. Porém, a indecisão e a inestabilidade do outono faz-nos refém dele. Hoje, está calor, projetamos situações para o outro dia que amanhace frio e chuvoso e temos de repensar o que fazer. Acabe incipiente outono, preciso de definições.

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