terça-feira, 15 de março de 2011

Crime e Castigo


A lei da física já dizia que toda a ação provoca uma reação de mesma força e em sentido contrário, pois saibam que a física engana-se, às vezes, e, outras vezes, deixa de ser tão exata quanto pretende. A personagem de Dostoiévski, Raskólhnikov que o diga. Cometeu um crime que se julgava forte o suficiente para arcar com as conseqüências e seu maior castigo não foi a pena na Sibéria, senão a ansiedade, a aflição e a angústia que o transtornaram psicologicamente.
Momentos de ira, diferentemente da personagem acima citada, podem causar o mesmo efeito devastador, acorrentar-nos em sentimentos cujos efeitos são extrema perturbação psicológica, pois, embora sendo perdoados por outrem, não conseguimos perdoar-nos a nós mesmos.
Logo, mais exato que a física foi Dostoiévski, pois o crime leva a um castigo, sim, e a maior de todas as sentenças é o nosso julgamento sobre nós e como começamos a nos vermos enquanto sujeito. Percebemos a crueldade existente em nós e a dificuldade para freá-la. Devemos entender Raskólhnikov e aprender com a Literatura que é a disciplina mais exata no que diz respeito ao ser humano.