quinta-feira, 2 de abril de 2009

Crônicas

Ontem ouvi algo que me fez refletir. Disseram que o gênero crônica passou a ser considerado literatura, pois, em nossa sociedade, atualmente, as coisas são descartáveis, o sujeito não tem tempo para pensar. Então, lê a crônica, com uma linguagem corriqueira, reflete alguns segundos sobre ela e depois joga-a fora. Concordo em partes.
Que quase tudo à nossa volta é descartável, penso que praticamente todos sabemos ou deveríamos saber. Inclusive as relações são descartáveis. Amigos, namoradas passamos um tempo com eles e quando já não os precisamos, jogamo-los fora. Que cada vez nos tornamos menos críticos, porque não temos tempo para refletir sobre as situações que nos rodeiam é algo observável. Chegamos ao extremo de que a mídia, que deveria ser "imparcial" (na medida que essa utopia permita-o), traz um discurso já pensado, que simplesmente devemos aceitar, sem muito discutir, haja vista que é um favor que ela nos faz, pois está a poupar o nosso tempo, pensando por nós.
Creio que a crônica, embora nos leve a uma reflexão rápida, leva-nos a ela. Portanto, é um exercício de introdução ao pensamento. Se vivemos em uma sociedade, em um tempo, que não temos espaço para pensar, e, por isso, somos, como são os animais, domesticados a cultuar a ignôrancia dos porquês, e aprendermos somente o ponto final, comecemos a treinar-nos para refletir sobre pequenas coisas, em uma linguagem simples, só assim conseguiremos subir outros degraus do pensamento crítico humano.
Fica em aberto a situação das crônicas do descobrimento.

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