terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tudo muda II

Ontem vinha aqui para escrever sobre a mudança do intelectual de outrora e acabei desviando-me completamente do tema, ou melhor, não cheguei a tocá-lo. Por conseguinte, hoje quero falar sobre essas figuras tão importantes para o desenvolvimento humano.
Antigamente, e não me estou reportando a Platão ou Aristóteles, penso no final do século XIX até meados do século passado. Os intelectuais, ou os homens de letras, eram aqueles que tinham um vasto conhecimento sobre o maior número de assuntos possível, vejamos o exemplo do narrador e poeta moderninsta argentino Leopoldo Lugones, seu conhecimento sobre história, geografia, literatura clássica era enorme, não obstante, esse homem do século passado não ignorava as demais áreas do conhecimento, sendo o primeiro argentino a interpretar as teorias de Einstein. Ou seja, seu deslocamento por diversas áreas era enorme.
Vemos essa versatilidade em uma época que a informação corria de maneira mais lenta e era bastante mais difícil de obter. Hoje, a internet e outros meios de comunicação em massa despejam-nos um dilúvio de informações, das quais retemos somente uma pequena parte: a que nos interessa. Assim, inclusive, os intelectuais estão seccionados. Pois, se pensarmos em um intelectual contemporâneo, este, geralmente, saberá muito, muito, muito, muito sobre um determinado tema, e terá uma compreensão bastante superficial sobre os demais. Claro que não devemos generalizar tal asserção, pois seríamos facilmente desmentidos.
O que tento dizer é que teríamos condições melhores, de entender diversos temas, do que os homens de idéias, que viveram em tempos idos. Porém, rechaçamos uma quantidade de informação que está aí ao nosso alcance, para preocuparmo-nos por, cada vez mais, informações específicas sobre determinados temas. E o que fazem os estudiosos da literatura que engloba uma gama vasta de temas? Especializam-se também em uma micro área ( a narrativa de tal obra do escritor fulano, baseado na teoria de sicrano) e esquecem-se de todo um aparato de informações que serviria não somente para "intelectualizar-se", mas para viver.

Um comentário:

Anônimo disse...

La figura del intelectual es versatil en el tiempo. En el siglo XV, un intelectual tenía amplio conocimiento (Por ejemplo: Da Vinci era arquitecto, escultor, pintor, inventor, músico, ingeniero). Sabía mucho de todo.
Hoy, los intelectuales se limitan a saber mucho de algo, o poco de todo. Y eso es lo que permite que se le llame "intelectual" tanto a un escritor como a un músico punk.
La culpa (si podemos hablar de culpa) recae sobre la información, o sobre los que hacen uso de ella. Nietzsche entendió que a la acumulación de la información le sucedería el colapso de la memoria. Nada más cierto en este tiempo que sólo procura registrar, quizá de modo paranóico, aquello que está destinado al olvido o, por lo menos, que lo merece.
Saludos.

Benjamín.