domingo, 25 de janeiro de 2009

Não sei como dizer

Sabes como é? Pois é, eu sei mas não sei como dizer. É bastante difícil compreender tal enunciado, mas a realidade é essa. Temos tamanha dificuldade em expressar o que queremos, ou melhor, expressar como queremos o que queremos expressar.
Muitas vezes, nossas respostas diante de certas perguntas são que sabemos, mas não sabemos explicar. Incrivelmente, a linguagem, que teria por objetivo primordial propiciar a comunicação entre os seres, torna-se uma barreira, um elemento que obstaculiza a comunicação.
Havia um renomado poeta europeu, cujo nome não recordo, que dizia que o verdadeiro poeta era o que sabia dizer não o que doía, senão como doía. É muito estranho, pois experimentamos as sensações mais diversas, vivenciamo-las, mas temos dificuldade de discursivisar o que são e como são. Expliquemos a alguém o que a saudade, a melancolia, o remorso, ou , o mais difícil de todos, o amor são. São sentimentos que todos já vivemos, ao menos parte deles. Sabemos o que sentimos, então apelamos a essas palavras, mas o que elas trazem consigo fica relegado a segundo plano.
Expressar o que sentimos, portanto, não é tão simples. Se digo a alguém que tenho uma angústia e essa pessoa me pergunta o que é uma angústia creio que ficaria angustiado por não me conseguir explicar. Porém, se sabemos que sentimos e o que sentimos, por que não conseguimos dizer? Será que o sentimento não é verdadeiro ou seu significado não significa o mesmo para todos? Escolho sem hesitar a segunda opção. Mas, todas as palavras significam diferente para cada um, não completamente, mas cada um experimenta o significante segundo a sua construção social de sujeito permita que o ser a experimente e assim constrói-se seu significado. Contudo, se alguém diz-me a palavra livro, por mais que o livro que eu imagino não seja igual ao que tu estás imaginando agora, chegaremos a descrição de livro semelhante. No entanto, a situação complica-se se alguém pede-nos para descrevermos o amor. Serão tão dissímiles nossas respostas que talvez não achemos que é o mesmo sentimento, o que nos ajuda com essa hipótese é a vasta literatura sobre o tema, isso sempre e quando conseguirmos descrever o que um sentimento é.
Termino aqui o post de hoje, sem saber se disse o que queria. Estou com uma sensação esquisita. Entende? Sei o que é, mas não sei como dizer.

3 comentários:

Anônimo disse...

Yo sí sé cómo decirlo, "brillantemente metadiscursivo". Me gustan los discursos que interrogan el mismo discurso; es un sano ejercicio postmoderno.
Además, suele pasarme, y muy a menudo, eso de no encontrar en el tintero la palabra precisa. A la hora de escribir poesía, creo que es una ventaja, por darle a uno la posibilidad de hacer uso de metáforas, metonimias y demás. Pero, a la hora de escribir en prosa, que es cuando uno necesita ser precisamente explícito, es en verdad que detestamos no tener el vocabulario más ancho.
Nuevamente muy interesante, Rodrigo. Saludos.

Benjamín.

εϊз Anne Cris εϊз disse...

Adorei! É tão difícil mesmo a gente dizer e os outros entenderem.....

Anônimo disse...

Creo que tenés toda la razón. Yo tengo la capacidad para la poesía, sin embargo, me parece que usar las metãforas y otras figuras del lenguaje a fin, nos ayudan a decir no más bellamente lo que queremos, sino simplemente decirlo.