terça-feira, 3 de março de 2009

Futuro

Qual é o meu futuro? Essa pergunta assusta-me ao ponto de deixar-me em pânico. Quando éramos crianças, talvez vivêssemos de maneira mais real do que agora. Explico-me: a realidade é o presente. O futuro e o passado estão sempre dispostos em referência a um marco temporal que é o agora, mas um agora extremante fugaz e inapreensível. Portanto, o que vivemos, o que já fez parte de um presente que não existe mais, também não existe mais, é somente bagagem, lembrança, experiência, com as quais aprendemos algo, ao menos para sabermos que podemos cair no mesmo erro outra vez. Já o futuro é projeção de algo que pode não acontecer. Porém, o novo, o desconhecido é completamente assustador.
Se pensarmos em que faremos daqui a cinco, dez, vinte anos, podemos visualizar imagens românticas e belas de um futuro brilhante, um ponto de chegada, um ponto já findado, sem preocuparmo-nos, ou melhor sem que nos ocorra a quantidade inexorável de obstáculos que enfrentaríamos. Ou, em uma visão pessimista, um futuro incerto, no qual somente os obstáculos aparecem, sem que se nos mostrem as soluções. Provavelmente, quando essas dificuldades materializem-se em um momento presente, que ainda é futuro, encontremos soluções e fugas, ou seja, saídas para esses problemas.
E todo o tempo que estivermos a pensar em nosso futuro, estaremos perdendo, ou talvez malgastando o tempo real, presente, que nos serviria para uma construção objetiva de um futuro, consolidado no presente. Não importa ser racional em momentos como esses, pois, pensar em nossa realidade futura, em quem ainda estará a viver conosco esse futuro é aterrador e passional! Tenho medo do futuro, porque pensar em temer o futuro é viver, mas viver mal!

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