A nossa pequenez nos faz buscar explicações para coisas que se dão ao acaso, al azar, como se diria na língua de Borges. Temos uma constante busca da explicação de o porquê de nossa existência, de o que fazemos no mundo. E, dessa busca vivem, desde diferentes perspectivas, a religião e a filosofia.
Assim vamos vivendo as nossas vidas, procurando explicações e soluções para problemas que se vão criando entre (permito-me usar uma metáfora para vida, criada por um músico amigo, chamado João) a semente e a flor. Porém, é assustador e pessimista pensarmos em que não há explicações e tudo o que fazemos é malograr o nosso tempo a buscá-las.
Se pensarmos que somos nada mais que uma pequena parte do todo e que o fim de nossas vidas, além da saudade que deixaremos aos demais, é o fim total e eterno de nossas existências, podemos beirar o desespero de que fazemos tudo em vão e que somos os melhores em ordenar da pior maneira nossos valores e necessidades. Ou seja, todo o êxito que possamos alcançar, todo o trabalho dispensado ao longo dos anos de saúde, o tempo livre nos tempos de enfermidade e as preocupações com um futuro que será sempre futuro, pois o único que há é o presente, são simples formas de ocuparmo-nos enquanto a morte não chega e tivermos a dúvida se vivemos bem nossa vida. Ser ou não ser? Eis a questão.
Acho, desoladoramente, que todo o esforço gasto para que posteriormente possamos desfrutá-lo é em vão. Erigimos nossas casas, compramos nossos automóveis, enfim futilidades, mas também enchemos o nosso espírito de conhecimento e experenciamos fatos, tornamo-nos cultos, essas são outras futilidades. Se tudo terminará e por mais que possamos fazer outros sentirem a nossa falta, esta passará também, assim como nós passamos.
Fica o apelo: Vivamos! Sem medo de viver! Ou seja: Carpe diem.
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