quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Amai-vos e multiplicai-vos

Fico impressionado com a proliferação de cursos, faculdades e universidades no país. Atualmente, surge, creio que quase diariamente, um novo curso de graduação no Brasil. Existe também o ensino a distância que se prolifera, como uma peste da falta de acedemicismo. Penso que é maravilhoso que mais pessoas acessem os conhecimentos da humanidade, porém, não é com essa finalidade que os cursos de graduação são vistos pela maioria de seus acadêmicos.
Existe, desde o princípio da educação fundamental, uma grande falha no nosso sistema. Falha esta que somente agrava-se, devido a diversos fatores, mas entre eles, o péssimo salário dos docentes e sua falta de preparo e conhecimento, o que faz o círculo fechar e viciar-se. Escutamos, pelas ruas e dentro da própria academia, que o diploma universitário representa, não somente o passaporte, mas também o visto de entrada de diversas pessoas no maravilhoso país do concurso público e a certeza de que, pelo resto da vida, haverá a garantia de salário no final do mês. Portanto, vemos uma quantidade exagerada de pessoas, para as quais o conhecimento é o que menos importa, o relevante é ser aprovado e concluir o curso no menor tempo possível. Depois disso, vemos o passo seguinte, uma quantidade não menos enorme de profissionais habilitados para uma determinada área sendo reprovada em concursos que nada tem a ver com o que estudaram e, em relação ao seu campo do saber não possuem o conhecimento suficiente, pois o ignoraram para agilizar o processo acadêmico. Então observamos, nesse momento, pessoas que ingressam ao mercado de trabalho em uma área que não é nem a qual se habilitaram, e muito menos a que almejaram. Logo, presenciamos a falta de profissionais capacitados em setores produtivos da economia.
Portanto, reergamos as escolas técnicas, mas uma escola técnica, que não seja somente técnica e que traga conhecimento às pessoas. Ou seja, direcionemos um pouco o conhecimento prático sem excluir o teórico e abstrato. Não quero manifestar qualquer espécie de arielismo do século passado. Mas creio, que o conhecimento teórico deve ter em algum momento um fim prático, nem que essa prática seja o prazer, o deleite.

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