Se soubéssemos o que outrem pensa, a sinceridade não seria um virtude e a hipocrisia um defeito, aliás não haveria essas categorias, pois não poderíamos esconder fatos e idéias , demonstrar uma afetação de uma coisa que não somos. Eis aí uma diferença substancial, seríamos realmente transparentes. Porém seríamos tediosos, a literatura não teria graça ou talvez nem houvesse literatura, pois tudo já estaria de antemão revelado. Idéias que suspeitamos que outrem tem de nós seriam escrachadas em nossas faces e intelecto, sem que nos pudéssemos esconder do que não somos capazes de suportar. Contudo, não teríamos a paranóia e a desconfiança, sofreríamos muito e não sou capaz de perceber como externaríamos nossa raiva, porque não poderíamos dizer tudo o que quiséssemos a outra pessoa, pois esta já o saberia o que se passava pela nossa mente, seriam palavras ao léu.
As guerras começariam a devastar o planeta, porque a diplomacia, que é a grande arte da falsidade, não poderia ser exercida. Uma conferência da ONU e basta. Presidentes trocando socos e empurrões, notícias divulgando esquemas fraudulentos para determinados países manterem-se na sua privilegiada posição, descobertas de avanços em desenvolvimento de energia atômica. E não existiria mais isto que chamamos de mundo.
Só tenho a agradecer que haja a desfaçatez e a sinceridade somente deva ser exercida em momentos corretos. Sim, porque a sinceridade simplesmente é uma virtude quando aparece na hora apropriada. Portanto, como isso é apenas uma situação imaginária e não podemos saber o que o outro pensa, para que isso ocorra basta deixar um comentário aqui, o mais falso possível.