As despedidas são complicadas. Isso, todos o sabemos, mas são elas assim porque terminam com uma convivência (mesmo virtual), com uma impossibilidade de recorrer à pessoa ou à coisa que não está mais onde esteve. Nas despedidas lágrimas são lançadas, soluços abafados, embora algumas, apenas, deixem-nos tristes (se é possível que "apenas" possa acompanhar "tristes"). Domingo, no Brasil, segunda-feira, em Portugal, li, via web, uma despedida daquelas que nos fazem termos de repensar muitas situações da vida. Estarrecido, na frente do computador, vi que alguém que, há bastante tempo, acompanho deixa de escrever em seu blog. Ficamos perturbados com esses ocorridos, porque ali havia uma referência, alguém que tinha opiniões admiráveis, que abordava fatos conhecidos e dava-nos um norte, que abordava fatos desconhecidos que nos faziam querer conhecê-los e quando abordava a sua própria vida, dava-nos o deleite de viajar pela língua portuguesa. Uma bela língua! E bem utilizada, mais bela ainda é. Assim, José Saramago despediu-se de seu espaço virtual. Deixando milhares, quiçá milhões de internautas perdidos no momento do dia que era dedicado a ler aquelas belas linhas. A prosa virtual de língua portuguesa perde muito.
P.S. Para quem ainda não conheça o espaço: http://caderno.josesaramago.org/
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