Temos optado pelo silêncio. Obviamente, o silêncio tem muito a dizer, pois calar já é dizer que se nega a falar, seja por desgosto, por dor ou por impotência. Porém, nosso prolongado silêncio já está tornando-se angustiante. Esse silêncio de décadas não mais tem algo a dizer, a não ser que é hipócrita. Fingimos, o tempo todo, estarmos em uma situação decente, mas, no âmago de nosso espírito (leia-se parte intelectual, conceito marxista do termo), sabemos a situação de mediocridade na qual estamos a viver.
Estamos a calar, pois já nos habituamos a essa situação. Berramos aos quatro ventos que somos livres e fazemos o que queremos, e não notamos, ou notamos e não damos a devida importância, que estamos engaiolados dentro de um sistema que nos restringe as escolhas, fazendo-nos crer que as temos aos montes. Como diria Eduardo Galeano a única escolha que temos é onde vamos ser enterrados quando morramos. Vivemos em um jogo de faz de conta cuja base é não exigir dos outros para não termos o infortúnio de sermos exigidos e, assim, acovardamo-nos com medo de errar, ser contestados e perceber que não somos perfeitos, algo que já sabemos, entretanto não queremos adimiti-lo a nós mesmos. O problema maior dessa conduta é a imediatez que carrega consigo, ou seja, a articulação da mediocridade prevê um fim prático imediato, então o futuro a ninguém pertence, porque não podemos enganar o tempo todo.
Porém, quando somos pilhados em nossa representação, temos uma saída muito cômoda, não diferente dessa postura, acusamos outrem de incompreensão, insensibilidade mostrando a vítima que somos ou desqualificamo-lo de forma difamatória. Contudo, no momento em que percebemos que somos vítimas, temos o mais importante para reverter essa situação, mas aí vem o confortável silêncio que não nos tira da comidade e segue a forjar uma situação, por nós, idealizada cuja característica principal é sabermos da enganação. Também não vale muito falarmos, apenas, entre os nossos pares que, conosco, concordam, pois isso é silenciar da mesma maneira. E o jogo não termina. Eu minto que me expresso e vocês mentem que dialogam. Assim, todos somos bons, falando de mentira, ou seja, silenciando.
Estamos a calar, pois já nos habituamos a essa situação. Berramos aos quatro ventos que somos livres e fazemos o que queremos, e não notamos, ou notamos e não damos a devida importância, que estamos engaiolados dentro de um sistema que nos restringe as escolhas, fazendo-nos crer que as temos aos montes. Como diria Eduardo Galeano a única escolha que temos é onde vamos ser enterrados quando morramos. Vivemos em um jogo de faz de conta cuja base é não exigir dos outros para não termos o infortúnio de sermos exigidos e, assim, acovardamo-nos com medo de errar, ser contestados e perceber que não somos perfeitos, algo que já sabemos, entretanto não queremos adimiti-lo a nós mesmos. O problema maior dessa conduta é a imediatez que carrega consigo, ou seja, a articulação da mediocridade prevê um fim prático imediato, então o futuro a ninguém pertence, porque não podemos enganar o tempo todo.
Porém, quando somos pilhados em nossa representação, temos uma saída muito cômoda, não diferente dessa postura, acusamos outrem de incompreensão, insensibilidade mostrando a vítima que somos ou desqualificamo-lo de forma difamatória. Contudo, no momento em que percebemos que somos vítimas, temos o mais importante para reverter essa situação, mas aí vem o confortável silêncio que não nos tira da comidade e segue a forjar uma situação, por nós, idealizada cuja característica principal é sabermos da enganação. Também não vale muito falarmos, apenas, entre os nossos pares que, conosco, concordam, pois isso é silenciar da mesma maneira. E o jogo não termina. Eu minto que me expresso e vocês mentem que dialogam. Assim, todos somos bons, falando de mentira, ou seja, silenciando.
4 comentários:
Como depois de ler posso dar-lhe o meu silêncio? Você me provoca para que eu diga algo, me defenda, me salve?
Falo da mediocridade para que ela esteja... em movimento
como a beleza...
sem medo
com amor
mesmo em meio a condições arbitrárias
pequena escravidão
dialoguemos!
sempre que possível...
Shanti!
Que bom que o texto provocou alguma reação. Um elogio a ti: como estás lírica ultimamente!
Obrigada! Estou leve agora que deixei o lirismo estar! To lendo o Octavio Paz! Conhece? Apesar de tudo, sempre na filosofia! Bjos!
Bah! Conheço sim, inclusive estou usando um livro dele "Los hijos del limo". Que livros estás lendo?
Postar um comentário