terça-feira, 24 de novembro de 2009

Construção

O chocante desespero de ver-se sem chão faz-nos raciocinar com dificuldades. Termos planos e vermo-los desfeitos põe-nos a angústia da incerteza no lugar antes ocupado pela esperança na realização de algo futuro. Quando damos por certo o cume de uma torre, e rompe-se uma parte da base, o desalento de que a construção será infeliz apossa-nos. Então, temos três opções: desistir da edificação, reparar o rompido ou desmanchar tudo e recomeçar do zero. Desde já, repudiamos a primeira possibilidade.
Se resolvermos consertar o que está quebrado (e se não quebrado, era uma lacuna necessitada de preenchimento) será mais rápido o caminho. Mas será resistente para agüentar o que vem por cima? E se quando construirmos alguns metros mais, verificarmos que havia outras partes quebradas e/ou outras lacunas? Devermos voltar à base e reparar os estragos para subirmos mais. Contudo, quando nossa torre estiver pronta (se é que algum dia as torres ficam prontas), poderá ser um espetáculo grotesco de peças justapostas, completamente fragmentada e sem representar o todo da obra. Então, perceberemos que gastamos muito tempo em pequenos consertos de nossa edificação e obtivemos um pífio resultado. Além disso, não teríamos mais tempo para implodi-la e recomeça-la pela base.
Pois optemos pela segunda alternativa. Começamos a base e, antes de colocar o tijolo do segundo nível, testemo-la, a fim de constatar sua resistência, ponhamo-la o toda sorte de provas e, constatada a sua eficiência, passemos ao segundo nível. Repitamos, neste nível, os passos do anterior, para aí, sim, partirmos para o nível subseqüente. Parece ser este o método mais eficaz. No entanto, lembremo-nos que tudo reúne aspectos positivos e negativos. Poderemos ser tomados de uma grave ansiedade por vermos a demora de nossa edificação, enquanto as que nos cercam atingem altitudes vertiginosas. Também, poderemos descobrir que toda a acuidade da construção da base de nada nos serviu, pois não percebemos uma lacuna ou a ação do tempo que destruiu um pequeno pedaço que deveremos refazer, haja vista as construções de torres não terem precisão científica.
Portanto, não há verdades sobre construções, e que cada um aja com a sua como melhor lhe prouver. Eu fico com a segunda alternativa, mas isso é uma visão de construção de torres, e nada impede que, em um caso limite, a mudança de método. Destarte, se daqui a algum tempo a forma de edificação mudar, não se espantem, porque mesmo sabendo que as escolhas devem ser convictas, elas não podem ser imutáveis quando se percebo sua ineficácia. Por conseguinte, voltemos atrás quando se faça, extremamente, necessário, porque não poderemos refazer, durante toda a via, nossa construção.

5 comentários:

Simplesmente Outono disse...

Consegui postar hoje de madrugada em meio à correria das provas. Confesso que não gosto quando sou praticamente obrigada a me afastar do blog, porém não há como fugir neste momento. Motivo: além das provas na faculdade existem alguns probleminhas particulares. Espero resolvê-los o quanto antes e da melhor maneira possível. Prometo que tentarei arrumar um jeitinho de postar com a mesma freqüência já que não consigo ficar longe das letras. Algumas pessoas possuem meu e-mail podendo ficar totalmente à vontade em realizar contato. Tentarei respondê-los tão logo os receba.
Com carinho e o devido respeito deste Outono.

Anônimo disse...

Desculpa , please o sumiço?
Faz parte do meu eu.Estou aos poucos de volta :D.Aqui, deixando afeto pra ti!Está sendo um encanto te ler, mas logo apareço com alguma oposição...
Vc sabe como sou :)
Beijos!!

Rodrigo Bentancurt disse...

Fico feliz, Simplesmente Outono, mas não sei qual é o teu blog. Diz-me, por favor.
Beijos

Rodrigo Bentancurt disse...

Fyllos, que bom que reapareceste.
Um beijão. E aguardo ansioso o teu retorno.

Anônimo disse...

Já estou até já postei, a muito a dizer.Beijoooooooos!
Adoro vc!
Fyllos,