segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gostos

Às vezes atribuem à maturidade a característica de ser uma fase na qual nossos gostos mudam. Na verdade, não há transformação, há aceitação. Nossos gostos estavam ali escondidos sob máscaras de aceitação nos grupos, pois a adolescência é uma etapa cujas decisões vêm pautadas pelo selo da tribo à qual pertencemos ou tencionamos pertencer. Claro, há a mudança da vida, que modifica o ser em diversos aspectos, inclusive, nos gostos. Contudo, não estou me referindo a mudança de gosto para algo superior, cujo trabalho com abstrações, incorporações de estruturas novas, mas ao gosto de algo que não aceitávamos anos atrás.
Quando temos quinze anos, somos rebeldes (cada vez menos isso vem acontecendo) e marcamos nossos gostos não só pelo que os demais do grupo exigem, como também pela discordância que temos a priori com os mais velhos; se eles gostam de X, mesmo gostando também, não gostamos de X, e esse é o xis da questão. Aquele gosto fica lá e de tanto ser prescindido acabamos, realmente, desprezando-o, no entanto ele ataca novamente. Mais velhos ou mais maduros, pelo menos, começamos a observar o valor emotivo (e que é o gosto senão um apelo emotivo que agrada ou desagrada?) que ele representa e passamos assumir e a aceitar esses gostos. Para especificar a questão, refiro-me a gostos musicais, literários, estilísticos, enfim uma série de gostos. Uma vez aceitos esses gostos eles se misturam aos forjados e criam a idiossincrasia do sujeito, uma parte de essência, outra construída socialmente. 

2 comentários:

Barbie - Bárbara disse...

Oiiiiiiiiiiii...
Eu estava aqui pensando, enquanto lia esse post. "- Aposto que ele pensou nisso assistindo, a propaganda aquela do Clio! hahahah

Rodrigo Bentancurt disse...

Oi, não cheguei a pensar na propaganda. hehehe. Mas é uma boa!