quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Latinidade II

(Continuação)
Contudo, idiossincrasias todos os países latinos têm. Seja na variedade lingüística, na literatura, no Estado, na forma de conduzir a economia, no liberalismo ou conservadorismo do seu povo, seja na visão de mundo própria do país. Apesar de todos esses itens citados, compartilhamos mais semelhanças do que diferenças. A primeira é nos opormos ao Ocidente. Na verdade, não uma oposição, mas uma mágoa por sabermos que não somos parte disso convencionadamente chamado Ocidente no qual temos desejo de intrometermo-nos. Fomos colonizados pelo Ocidente e nos liberamos da servidão por seus filhos criollos que deixaram uma forte chaga de semente no solo latino que até hoje faz florescer caudilhos populistas em estações políticas semelhantes à primavera compartilhadas pelos latinos.
É interessante percebermos essas diferenças e semelhanças, pois elas nos fazem perceber o outro; perceber que não somos únicos e elementos culturais são convenções que se enraízam em nossas mentes. Sim, as fronteiras são a maior ficção inventada pelo homem. Basta retornarmos ao meu local de nascimento para observar que idiomas, países, pessoas e inclusive horários diferentes, em alguns meses do ano, apenas se diferenciam por questões convencionadas. Assim, latinos de duas identidades compartilham suas diferenças produzidas pela cultura sem perceber que somos mais parecidos do que diferentes. Se essa fronteira tangível evidencia tal fato, todas as demais fronteiras latino-americanas podem fazer o mesmo, basta que nos entendamos como produtos dessa mesma cultura. 

Um comentário:

Juh Culau disse...

Nossa! Ando tão sem tempo q soh agora fui ver a parte II!!nha...
E juntos somos isso...uma cultura entrelaçada!
bjo querido,sempre q posso acompanho seus pensamentos fascinantes...