"Canta, ó musa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa, aos Gregos,"
Assim começa a Ilíada, poema épico de Homero. A musa não inspira, canta através da boca do aedo. Contudo, essas divindades passaram a relacionar-se com a inspiração. Ou seja, é algo de fora do sujeito que o enche de entusiasmo (palavra que, como nos explica Eduardo Galeano, significa estar com os deuses dentro de nós). Assim, a deusa exterior nos completa de deuses dentro.
Mas o que é essa inspiração? Bem, um momento, uma paisagem, uma pessoa podem nos inspirar. Digamos que seja uma pessoa a fonte de nossa inspiração. Uma pessoa que chega e nos faz sentir bem; pega-nos de chofre e nos enche de entusiasmo.
O que faz esse entusiasmo? Nada, aparentemente. O sol segue nascendo, a lua aparece, as casas ficam no mesmo lugar, ninguém deixa de nascer ou de morrer. Porém, nossos olhos mudam. A pessoa inspirada pela musa é capaz de olhar cada trivialidade, cada cotidianidade, de maneira diferente. É capaz de dar cor ao que é cinza, de dar vida ao inerte, de dar alegria à tristeza.
Então, "Canta, ó musa, o que quiseres cantar, mas canta para mim."
2 comentários:
Entusiasmo... palavra forte essa. Tem lá suas afinidades com o “otimismo”, mas não é só isso, é muito mais.
Pro meu gosto, o otimismo é muito passivo, te acomoda, faz com que tu esperes que as coisas deem certo.
Prefiro o entusiasmo! Ele te inquieta, faz com que tu acredites na tua própria capacidade de fazer com que as coisas deem certo. Entusiasmada é a pessoa que acredita em si, que acredita nos outros.
Como é bom ter uma inspiração que nos entusiasme, que nos mova a correr atrás daquilo que queremos, que nos impila a VIVER!
Exatamente, Gabriela.
E se a pessoa está cheia de deuses dentro, conseguirá seguir em frente, enfrentando os obstáculos, sem medo de cair. Mas para seguir em frente necessitamos de uma meta, e esta pode ser a inspiração, pode ser a musa!
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