sábado, 22 de março de 2014

Odiopatia

Me deixam desconfortável algumas manifestações que venho vendo ultimamente nas redes sociais, na mídia, nas ruas. Começa a subir de tom o murmúrio de "vivemos numa baderna", "bandido bom é bandido morto", "na época do governo militar não tinha tanta violência", "precisamos salvar a democracia destes comunistas". Análises que, eufemisticamente, são superficiais. Esquece-se de toda estrutura, subjacente aos fatos. A violência institucionalizada, a censura, a busca frenética pela manutenção do poder são ignoradas quando se reivindica uma sociedade do ódio. Ódio contra tudo aquilo que é diferente dos donos da História. Ódio contra todos que despertam sua consciência e exigem seu lugar no mundo. Ódio contra todos aqueles que decidem fazer de forma diferente o seu caminho. Ódio contra gays, negros, índios, mulheres; o homem branco civilizado tomando conta de todos com seu umbigo gigante sufocando a MAIORIA. Todos os nossos problemas têm a mesma origem.

Refuto, veementemente, o ódio! 

2 comentários:

M. disse...

O que é esse recurso inestimável do blogger, antigamente denominado "next blog" e agora devidamente adaptado ao português.
Cheguei, li e fiquei pensando: é que o outro lado também odeia, né? Eu também odeio eles que odeiam. Odeio esse pensamento reacionário e desgosto de quem os expressa, odeio quem não demonstra a menor capacidade de sequer imaginar um mínimo grau de empatia e mesmo quem não deixa o outro em paz para ser o que é e o que pode ser e o que foi dele feito. Aí eu acho que é mesmo o fim.
Duvido da civilização, mais ainda da minha própria que, inexistente, me aproxima "deles".
Como escapar?

Rodrigo disse...

Eis a questão!