Me deixam desconfortável algumas manifestações que venho vendo ultimamente nas redes sociais, na mídia, nas ruas. Começa a subir de tom o murmúrio de "vivemos numa baderna", "bandido bom é bandido morto", "na época do governo militar não tinha tanta violência", "precisamos salvar a democracia destes comunistas". Análises que, eufemisticamente, são superficiais. Esquece-se de toda estrutura, subjacente aos fatos. A violência institucionalizada, a censura, a busca frenética pela manutenção do poder são ignoradas quando se reivindica uma sociedade do ódio. Ódio contra tudo aquilo que é diferente dos donos da História. Ódio contra todos que despertam sua consciência e exigem seu lugar no mundo. Ódio contra todos aqueles que decidem fazer de forma diferente o seu caminho. Ódio contra gays, negros, índios, mulheres; o homem branco civilizado tomando conta de todos com seu umbigo gigante sufocando a MAIORIA. Todos os nossos problemas têm a mesma origem.
Refuto, veementemente, o ódio!