Certa feita, um amigo meu, que costumava pegar um táxi da casa dele à minha, saiu do veículo indignado, pois o taxista não ligou o taxímetro e cobrou-lhe 10 pesos argentinos a corrida. Então, perguntei-lhe quanto costumava pagar; disse-me que 8 pesos. Ri, afinal 2 pesos são menos que um real. Meu amigo fitou-me os olhos e disse: “No es el dinero, es la actitud.” Ele tinha razão: a questão não era o valor em si, mas a atitude, tirar proveito de uma situação. Peguemos, então, a palavra atitude e desdobremo-la: a atitude que promove uma situação, e a nossa atitude diante dela.
A Marcha da Maconha em São Paulo deve ser tratada com todo o carinho, pois o problema é a atitude. Uma marcha que aconteça e para reivindicar uma mudança na legislação é óbvio que trata de um tema que não é considerado legal, portanto não pode ser reprimida, violentamente, como foi, alegando-se que era uma atitude fora da lei. Hoje foi a Marcha da Maconha, mas poderia haver sido uma manifestação a favor da legalização do aborto, do casamento gay, pelo fim dos transgênicos, e não poderia de forma alguma ter sido dispersada dessa forma. (veja vídeo acima)
Não podemos nos calar frente a isso, nem banalizarmos a atitude da Justiça. Todo o estado de exceção começa por pequenos atos de cerceamento das liberdades de manifestação, passa para a censura em todas as esferas, fecha o Congresso da mesma maneira que faz com a nossa voz. Esse assunto é para ser analisado de olhos bem abertos, arregalados de preferência. Qualquer atitude que se ASSEMELHE a uma ditadura deve gerar uma atitude de combate imediata, daí a importância da Marcha da Liberdade nesse momento.
Observemos tudo, a partir de agora, de olhos bem abertos! Para termos consciências de las actitudes.
*O assunto para essa postagem foi sugerido por Gabriela Barboza. Imensamente, grato!
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