quarta-feira, 14 de julho de 2010

Orvalho

Os raios de sol derretem a geada, transformando-a em orvalho novamente. A vida toda ao reverso. Os fachos de luz atravessam pelo meio das folhas das árvores e aquecem apensa onde tocam. O frio permanece ao redor. Abro a janela, vejo concreto e frio. Sim, é possível ver o frio. Ele está a nossa frente, na paisagem. A fumaça do solo do orvalho, que evapora, é nuvem. São imensas nuvens brancas na terra. O frio mata, mas também embeleza.
Permito-me um atraso nas minhas obrigações para observar o frio. Os pássaros encolhidos, as pessoas a levantarem-se de suas camas, os que as têm, também encolhidas. Alargo-me, a paisagem do frio inunda nossa noção de estética e me faz sentir bem, com frio, mas bem. O sol sobe um pouco mais, a fumaça aumente, o tempo passa. Agora a árvore tapa um pouco mais o sol, a fumaça estanca, o tempo pára. Poderia haver parado naquele instante, não deveria mais correr o ponteiro do relógio, para o mundo tornar-se fachos de luz entre as árvores, orvalho, fumaça e frio.

5 comentários:

Delia Morales disse...

simplemente...hermoso...me qedé un buen rato mirando ese paisaje...y estaba ahi... es bueno saber q estas bien yo tamb me siento muy bien...ojala q todas las personas pudieran sentirse asi de bien con la vida q nace y renace a cada instante... un abrazooote

Rodrigo Bentancurt disse...

Es bonito paisaje. Nos hace pensar en la vida, en lo bello de la vida.
Abrazo, Delia!

εϊз Anne Cris εϊз disse...

Não deveria.... mas admito que lendo o post, odeio um pouco menos as baixas temperaturas...
=D
Obrigada!
E tb concordo que é possíver ver o frio... e seria umas das coisas da minha lista das "Coisas mais belas de se ver" se não fosse... frio.

Rodrigo Bentancurt disse...

Hheheh. Muito boa essa, Anne.
Mas o frio é bom também, basta olhar o lado positivo que ele nos proporciona.
Abração!

gustavodm disse...

Meu caro amigo!
Detesto o frio!
Por minhas proprias escolhas vim para num dos lugares mais frios do Rio Grande do Sul, Vacaria.
No entanto, sem quere sintonizar com a proza, a sintonizo.

Aproveito esse frio,de renguear cusco, pra degustar um bom vinho ao calor da lenha que abrasa a chapa do fogão de ferro fundido.
(neste ezato momento).

O que importa, não é tanto o que fazem de nós, mas sim o que nós fizemos com o que fizeram de nós.

Um grande abraço
Gustavo