quarta-feira, 7 de abril de 2010

Viver melhor

O outro dia, foi feita, neste espaço, uma pergunta bastante pertinente, o que se entendia por viver melhor. Cremos de tamanha importância tentar respondê-la, embora saibamos a impossibilidade desse fato, haja vista ser este blog o lugar da prolixidade inócua.
Talvez, viver melhor seja buscar a felicidade, fazer as escolhas que a ela conduzam, tentar diminuir ao máximo tudo de desagradável que dela nos afaste. Isso pode parecer de um egoísmo avassalador, mas, sem deixar de sê-lo, não o é completamente. Isto é, uma afirmação daquelas pode parecer, a olhos incautos, realizar, apenas, asa ações que conduzam a felicidade, o viver melhor, renegando tudo aquilo que causa tristeza, frustração, infelicidade. Contudo, a vida não funciona assim. Se traçamos um objetivo, seja ele qual for, inclusive, não se ter objetivos, o mais difícil de todos, passaremos por obstáculos, angústias, desrealizações, passos atrás pra lograrmos o fato desejado causador de felicidade, logo o caminho não é fácil.
Se levamos uma vida de instantes, sem planos futuros, sem muitas expectativas, o viver melhor, um tanto quanto estóico, é fazer o que se deseja e rejeitar, sim, tudo aquilo que nos desagrade. Porém, viver em sociedade é também aceitar o desagradável, conviver com a diferença, readaptar-se continuamente, pois, raramente, somos felizes na solidão absoluta, até porque se assim o fosse, não necessitaríamos de nada, além de nós mesmos, para sermos felizes. A mera convivência de nós com nós mesmos far-nos-ia os seres que melhor vivem a vida.
Em suma, o viver melhor, como tudo na vida, passa por escolhas e não por resultados apenas. Aliás, estes estão atrelados àquelas. Fazer ou não fazer algo desagradável para depois ou, até, surpreendentemente, no momento, termos um instante de alegria é escolha e far-nos-á felizes ou não por alguns momentos, porque a felicidade é momentânea e nunca perdurável. Entretanto, isso não nos fará melhores ou piores depois da obra completa, isto é, no além-túmulo, seremos seres que viveram e morreram igual a todos que por aqui passaram ou passarão. Então, como a vida é assaz curta, o mais interessante seria aproveitá-la ao máximo, pois não teremos como nos arrepender depois, e nunca privar-se do que nos traz felicidade apenas porque isso nos é imposto.

5 comentários:

Diego Cosmo disse...

Pra ser feliz, segundo o meu ver, vc deve deixar de tentar ser feliz, enquanto o seu objetivo é ser feliz, vc não será feliz... Parece meio paradoxal mas felicidade pra mim é um modo de ver as coisas, no momento em que vc adquiri novas lentes tudo ao seu redor muda.

A sociedade p/ mim é de extrema importância para a vida num sentido geral, acredito que não fomos feitos p/ vivermos só, é certo q a felicidade não depende literalmente das pessoas mas sem elas seria impossível ser feliz!

E se podemos nos arrepender depois na vida "além-túmulo", como vc disse, isso quer dizer que podemos viver de modos diferentes enquanto estamos aqui, ou seja, podemos viver melhor ou pior enquanto não partimos para outra dimensão!
Só pelo fato de termos o mesmo destino certo da morte carnal, não quer dizer que chegaremos em outro plano da mesma forma que os outros...

grande abraço!

uma poetinha... disse...

Felicidade foi embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
A minha casa fica lá de trás do mundo,
Onde eu vou em um segundo,
Quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa,
quando começa a pensar...
bjo
Amne

Rodrigo Bentancurt disse...

Mas aí, Diego, há que se acreditar em vida pós-morte e em mais uma série de conceitos que saem do existencialismo, corrente filosófica que norteia o blog, mesmo que de forma subjazente!
Um grande abraço

Rodrigo Bentancurt disse...

Poetinha, que bom que deixaste tuas marcas aqui!
Um abração!

Diego Cosmo disse...

sim...