Conhecemo-nos, se tivermos afinidades nos aproximamos e criamos o laço mais forte e importante que há no mundo, a amizade. Quando somos amigos, convivemos, trocamos experiências, compartilhamos sucessos e desventuras, damos apoio e somos apoiados; queremos saber tudo a respeito da pessoa e ela de nós. Contudo, quando há uma amizade que, de forma natural, esvai-se, a amizade termina? Se ficarmos dez anos sem falar, ver ou ouvir a pessoa, não somos mais amigos? Sempre acreditei que sim, porém, nestes últimos dias, foi-me possível perceber que isso era um ledo engano.
A amizade, quando a há, fica em estado latente, pulsante entre os amigos. Afastamo-nos das pessoas pois somos como os planetas, ou como diria Fernando Pessoa “ Satélites da tua subjectividade objectiva”, e giramos, orbitamos em torno de nós, mas um dia aproximamo-nos novamente e descobrimos que nada mudou, apesar de tudo ter mudado. Descobrimos que a amizade, até então em estado de suspensão, desce e reencontra-nos mudados, sendo os mesmos