Sempre que falamos sobre algum sentimento, neste espaço, abordamo-lo de forma mais ou menos racional. Pensamos depois de havermos sentido porque, talvez, seja esta a característica essencial dos sentimentos em geral: serem, apenas, sentidos, embora depois possamos pensá-lo, sistematiza-lo, enfim, torna-lo algo menos abstrato.
O sentimento escolhido esta vez é a ira. Oh! Sentimento terrível, quiçá com grau de hierarquia superior aos outros, mas, como todos, aparece sem que lhe convidemos, abanca-se, controla-nos e depois se vai como se não tivesse vindo, deixando-nos quase igual a como éramos antes de seu aparecimento. Quase igual, pois não seremos os mesmo, ou seremos os mesmo, no entanto com um sentimento experimentado a mais.
Assim é a ira, junto com a gula* e com a avareza são os sentimentos eleitos como pecados. Afinal vaidade, luxúria, etc. são comportamentos movidos por um sentimento, mas não sentimentos em si. Curioso a ira ser um pecado, porque sem ela seríamos seres por demais reprimidos, talvez o pecado aí seja a falta de autocontrole. A ira é necessária, descarrega-nos do que de ruim há em nós. Todos a sentimos, a única diferença é a forma como a exteriorizamos.
Atualmente, o mundo vive em torno da indústria processual, assim a ira é reprimida e uma ofensa é julgada nos tribunais. É lindo! Somos os reis da civilização. Chegamos a um ponto que nos livramos de toda a selvageria contida em nós. Em compensação, convém lembrar que também somos fábrica de assassinos em série, de psicopatas, de sociopatas e mais uma enorme gama de sujeitos que reprimiram a sua ira ao longo da vida e, em algum momento, exteriorizá-la-ão.
Dessa forma, o que fazemos é travar lutas contínuas contra a ira ao invés de liberá-la, ao menos, parcialmente, porque é óbvio que não poderemos despejá-la sempre que a sintamos, e isso vale para qualquer sentimento. Nunca nos mostramos por completo quer no amor, quer na angústia, quer na ira. Embora deixá-la aparecer com parcimônia é extremamente benéfico.
Portanto, gritemos, xinguemos, batamos um pouco, pois o esconder a ira sempre que ela aparece é condenarmo-nos a sermos infelizes, a sermos reprimidos. Deixemos de apelar a terceiros para descontar nossa ira. Resolvamos as coisas com um pouco de selvageria, pois nossa essência é selvagem. Isto que somos? Seres civilizados, isto é, seres reprimidos.
O sentimento escolhido esta vez é a ira. Oh! Sentimento terrível, quiçá com grau de hierarquia superior aos outros, mas, como todos, aparece sem que lhe convidemos, abanca-se, controla-nos e depois se vai como se não tivesse vindo, deixando-nos quase igual a como éramos antes de seu aparecimento. Quase igual, pois não seremos os mesmo, ou seremos os mesmo, no entanto com um sentimento experimentado a mais.
Assim é a ira, junto com a gula* e com a avareza são os sentimentos eleitos como pecados. Afinal vaidade, luxúria, etc. são comportamentos movidos por um sentimento, mas não sentimentos em si. Curioso a ira ser um pecado, porque sem ela seríamos seres por demais reprimidos, talvez o pecado aí seja a falta de autocontrole. A ira é necessária, descarrega-nos do que de ruim há em nós. Todos a sentimos, a única diferença é a forma como a exteriorizamos.
Atualmente, o mundo vive em torno da indústria processual, assim a ira é reprimida e uma ofensa é julgada nos tribunais. É lindo! Somos os reis da civilização. Chegamos a um ponto que nos livramos de toda a selvageria contida em nós. Em compensação, convém lembrar que também somos fábrica de assassinos em série, de psicopatas, de sociopatas e mais uma enorme gama de sujeitos que reprimiram a sua ira ao longo da vida e, em algum momento, exteriorizá-la-ão.
Dessa forma, o que fazemos é travar lutas contínuas contra a ira ao invés de liberá-la, ao menos, parcialmente, porque é óbvio que não poderemos despejá-la sempre que a sintamos, e isso vale para qualquer sentimento. Nunca nos mostramos por completo quer no amor, quer na angústia, quer na ira. Embora deixá-la aparecer com parcimônia é extremamente benéfico.
Portanto, gritemos, xinguemos, batamos um pouco, pois o esconder a ira sempre que ela aparece é condenarmo-nos a sermos infelizes, a sermos reprimidos. Deixemos de apelar a terceiros para descontar nossa ira. Resolvamos as coisas com um pouco de selvageria, pois nossa essência é selvagem. Isto que somos? Seres civilizados, isto é, seres reprimidos.
* Retire-se a gula entre os sentimentos/pecados, pois, como sagazmente afirmou Ro, ela é um comportamento movido pela ansiedade, insegurança, etc.
4 comentários:
Parabéns pelo niver do blog... e pela forma como escreve... adoro!!! bju negrinho!!
Obrigado, Débora!
Beijo!
Gostei muito do seu texto. Me levou a refletir se a gula também não seria um comportamento (ato de comer) movido por um sentimento (ansiedade, por exemplo). Nunca tinha pensado nos "pecados" pro essa divisão sentimento/comportamento, achei bem interessante e muito bem colocado!
Um beijo!
É interessante essa divisão, né?
Obrigado, Ro.
Um beijo.
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