Obnubilados
que estamos, deixamos de perceber a relação existente entre fatos isolados e o
todo ao qual pertencem. Temos um sistema prisional agonizante, péssimas
condições de vida no cárcere e nenhuma tratativa de recuperação dos recluídos. Diminuir
a maioridade penal é fazer jorrar jovens, aos borbotões, dentro de presídios
adolescentes, tirá-los da nossa vista por um tempo e esperá-los pós-graduados
no submundo.
Poderíamos
pensar que o investimento financeiro necessário é em educação. Uma educação que
nos ensine a pensar, uma educação que nos lembre do pequeno fato, esquecido por
muitos, de que somos seres humanos e, portanto, racionais e EMOCIONAIS,
concomitantemente, sem a sobreposição de um elemento sobre o outro. Uma educação
que nos aponte o lado ético da existência e nos faça ficar chocados com a troca
de uma vida por um celular, ou de seis vidas por R$ 870, impedindo-nos, assim,
de cometer tais atos não por uma questão de vigia e punição, mas pela
consciência. Obviamente, é mais fácil recluir jovens de 16 anos do que revisar
nossos (desde o mero cidadão até a máquina do Estado) atos, para percebermos
que todos somos culpados, pois mostramos quem somos pela ação, não pelo
discurso.