quarta-feira, 15 de junho de 2011

Actitud



            Certa feita, um amigo meu, que costumava pegar um táxi da casa dele à minha, saiu do veículo indignado, pois o taxista não ligou o taxímetro e cobrou-lhe 10 pesos argentinos a corrida. Então, perguntei-lhe quanto costumava pagar; disse-me que 8 pesos. Ri, afinal 2 pesos são menos que um real. Meu amigo fitou-me os olhos e disse: “No es el dinero, es la actitud.” Ele tinha razão: a questão não era o valor em si, mas a atitude, tirar proveito de uma situação. Peguemos, então, a palavra atitude e desdobremo-la: a atitude que promove uma situação, e a nossa atitude diante dela.
            A Marcha da Maconha em São Paulo deve ser tratada com todo o carinho, pois o problema é a atitude. Uma marcha que aconteça e para reivindicar uma mudança na legislação é óbvio que trata de um tema que não é considerado legal, portanto não pode ser reprimida, violentamente, como foi, alegando-se que era uma atitude fora da lei. Hoje foi a Marcha da Maconha, mas poderia haver sido uma manifestação a favor da legalização do aborto, do casamento gay, pelo fim dos transgênicos, e não poderia de forma alguma ter sido dispersada dessa forma. (veja vídeo acima)
            Não podemos nos calar frente a isso, nem banalizarmos a atitude da Justiça. Todo o estado de exceção começa por pequenos atos de cerceamento das liberdades de manifestação, passa para a censura em todas as esferas, fecha o Congresso da mesma maneira que faz com a nossa voz. Esse assunto é para ser analisado de olhos bem abertos, arregalados de preferência. Qualquer atitude que se ASSEMELHE a uma ditadura deve gerar uma atitude de combate imediata, daí a importância da Marcha da Liberdade nesse momento.
            Observemos tudo, a partir de agora, de olhos bem abertos! Para termos consciências de las actitudes. 


*O assunto para essa postagem foi sugerido por Gabriela Barboza. Imensamente, grato!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Auto-ajuda


Falta de vontade, ou melhor, vontade há o que falta é motivação. Somos movidos por desejos. Assim, quando objetivamos algo, percorremos a distância entre o ponto onde estamos e o objeto de desejo – leia-se aqui objeto como tudo o que nos rodeia, um bem material, uma satisfação espiritual. Chegados ao ponto que queríamos, incorporamos o bem-estar e passamos a tratar aquilo com naturalidade, então, aquilo, que fora força propulsora do movimento, é agora estagnação. Há casos mais graves cujos objetos, dantes de desejo, passam a ser incomodativos, mas isso é bom, pois, pelo menos, revira a situação de conforto.
Feita a introdução, já está tudo dito, pois não há motivação para se chegar ao final do texto. Tudo se tornou corriqueiro, nada de novo para ascender o motor e mover a máquina, “Tenho que arrumar a mala”, diria Pessoa, entretanto há momentos em que o melhor é ficar espreitando a vida, sem sair do lugar. Visão pessimista, a solução é a morte! Calma, cara leitora (obrigado, Machado), precisamos nos reorganizar e começar ver as mesmas coisas por outro ponto de vista. Precisamos rever o que queremos para nós mesmos e começar a valorizar tudo pequeno que nos cerca. Para por aqui, pois este foi um texto de auto-ajuda – leia-se auto, como por si próprio e a si próprio, mesmo! É um texto egoísta.
            

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Inversão de valores

Achei mais apropriado, desta vez, falar. Então, quem tiver disponíveis menos de minutos do seu tempo pode assistir.